Nesta terça-feira, 08, a associação Recicla Latas, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), a Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), a Cooper Rama, a Secretaria de Estado da Retomada e a startup Polen Resíduos, realizou um Curso de Capacitação em Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
Com o intuito de levar informações aos gestores públicos e demais interessados em sustentabilidade e reciclagem de resíduos e dejetos, a programação contou com diversos especialistas que falaram sobre conceitos de economia circular, a Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Decreto 11.413/23, o papel do Ministério Público no cumprimento da legislação sobre resíduos, o Programa Recicla Goiás, a importância das cooperativas de reciclagem, a parceria do poder público e os desafios e oportunidades da gestão de resíduos no Brasil.
Gestão de resíduos e redução de desperdício
De acordo com os técnicos presentes, dentre os diversos problemas que enfrentamos em nosso Estado, com relação à temática ambiental, a regionalização da gestão de resíduos e a elaboração de rotas tecnológicas simples para lidar com os lixões são das mais urgentes. Como pontuou o promotor de justiça e membro da CONAMP, Dr. Juliano Araújo, é papel fundamental das prefeituras e gestores municipais e estaduais regularizar coletas seletivas, sistemas de triagem e de compostagem via plano de gestão de resíduos sólidos, com campanhas de sensibilização da população, em conjunto com órgãos privados, para que os benefícios ambientais, econômicos e sociais sejam, de fato, efetivos. “Em tempos de necessidade de redução do desperdício e economia de recursos naturais, a realização de encontros de formação sobre reciclagem e destinação final de dejetos em local adequado é necessária. Como presidente da Comissão de Meio Ambiente, tenho acompanhado o tema, bem como os desafios de implementação, infraestrutura e custos. E temos a intenção de elaborar projetos, parcerias políticas e programas relacionados à coleta seletiva para diminuir o impacto ambiental”, afirmou a deputada Rosângela.
Estruturação da coleta seletiva e reciclagem
Num país continental, como o Brasil, de população superior a 210 milhões de habitantes, cada pessoa produz, em média, 343 quilos de lixo por ano. No total, são cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos. O número não seria tão impactante para o meio ambiente e a economia se esse rejeito fosse reaproveitado ou reciclado. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), entretanto, somente 4% passam por esse processo. O lixo contribui para a poluição do ar, da água e do solo, além de causar problemas de saúde pública.
A elaboração de políticas efetivas, que unam entidades públicas e privadas, bem como a conscientização acerca da separação e reciclagem, atrelada ao compromisso de encerrar os lixões a céu aberto, trarão não somente a redução desses números como, também, uma variedade de benefícios aos cidadãos, entre elas estão as seguintes: redução do desperdício – a gestão de resíduos ajuda a reduzir o desperdício de materiais que podem ser reciclados, reutilizados ou compostados, ajudando a economizar recursos naturais como água, madeira, minérios e petróleo; proteção ao meio ambiente – isso ocorre, porque esses materiais não precisam ser extraídos ou processados, o que ajuda a reduzir a poluição do ar, da água e do solo; geração de empregos – a gestão de resíduos gera empregos em toda a cadeia de valor, desde a coleta e triagem até a reciclagem, reutilização e compostagem. Isso ajuda a impulsionar a economia e criar oportunidades para as pessoas; melhora da saúde pública – isso ocorre devido à menor exposição a poluentes e doenças.
Para Rosângela, o Curso foi um momento valioso de aprendizado técnico e troca de experiências, que resultará em ações assertivas e de grande impacto para todo o Estado: “Essa compreensão nos níveis teórico e prático é crucial para que possamos tomar decisões bem fundamentadas. A questão ambiental é urgente. O nosso futuro depende ações eficazes agora. Não há mais espaço para o erro”, finalizou a deputada.
(Matéria de 09/08/2023)