Lançado nesta 5ª-feira, em comemoração à semana da água, o novo Sistema de Informação de Recursos Hídricos de Goiás

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Por inciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) está realizando, entre os dias 17 a 22 de março, a Semana da Água 2024.  Foram várias atividades desenvolvidas junto à sociedade desde domingo e, na manhã desta quinta-feira, 21, foi apresentado o novo Sistema de Informação de Recursos Hídricos de Goiás (SIRH-GO), cujo objetivo é reunir dados e informações sobre as águas do Estado de Goiás. O evento teve local no auditório Mauro Borges, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede do Governo de Goiás.

O acesso ao SIRH-GO será feito a partir do site da Semad. É gratuito e não exigirá cadastro. O sistema terá inicialmente 21 abas: chuvas, vazão de rios, qualidade da água, águas subterrâneas, reservatórios, normas, outorga, bacias críticas, alocação, manejo de bacias, segurança de barragens, fiscalização, área irrigada, monitor de secas, planos, enquadramento, cobrança, órgão gestor, conselho de recursos hídricos, comitês e mapas.

Estiveram no evento a secretária da Semad, Adrea Vulcanis; o presidente da Saneago, Ricado Soavinski; e a presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alego, deputada Rosângela Rezende (Agir). Vários servidores também marcaram presença no auditório, que atingiu sua capacidade máxima de lotação.

Informação e gestão

O primeiro a fazer uso da palavra foi o subsecretário de Biodiversidade e Segurança Hídrica da Semad, Jorge Werneck , que ressaltou os esforços do Estado de Goiás em implementar as diretrizes do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNHR) de 1997.

“Nosso papel é garantir vazões mínimas, promover o uso racional da água e executar um instrumento que nasceu na conferência Rio 92, que é a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos e, quando a gente fala de integração, envolve tudo que vocês imaginarem, pois tudo está relacionado ao uso de recursos hídricos”, declarou.

O subsecretário fez, ainda, uma alusão sobre uso desenfreado da água até então. “Imagina você chegar na sua casa e distribuir um cartão de crédito para cada membro e não informar sobre o limite desse cartão. Pois foi mais ou menos isso que aconteceu ao longo desses anos em Goiás. Esse monitoramento é um trabalho árduo, mas precisamos pegar esses dados e transformar em informação útil. Precisamos saber da nossa disponibilidade hídrica de cada lugar porque está na lei; não podemos secar os rios. Então, implementamos todos esses avanços para monitorar e conhecer nossos rios, as demandas, porque não se faz gestão sem dados”, encerrou.

Alego à disposição dos recursos hídricos

A deputada Rosângela Rezende reiterou que a semana é fundamental para o engrandecimento do Estado de Goiás para a garantia da qualidade da água. Ela também deixou seu mandato à disposição ,e em tom de brincadeira, disse que a Alego é, além da Casa de Leis, a Casa da Água.

A parlamentar também parabenizou a todos os envolvidos nas atividades de proteção e monitoramento dos recursos hídricos e afirmou que “a água é um direito fundamental para a garantia da vida e da continuidade das atividades de diversas áreas”. Ela destacou alguns projetos de lei de sua autoria, alguns aprovados e outros ainda em tramitação, cujo objetivo é proteção de mananciais da água e incentivos a atividades que fomentem a importância do uso racional da água. Rosângela também convidou a todos para o último evento da Semana da Água, que ocorrerá amanhã no Palácio Maguito Vilela, sede da Alego.

Redução de perdas

O presidente da Saneago, Ricardo Soavisnki, também fez uso da palavra e considerou que o momento é oportuno para a refletir sobre o uso da água. “Estamos no começo do sexto ano da nossa gestão e trabalhamos para toda a população do Estado, servindo com qualidade e regularidade. Nesse contexto, somos dependentes de outras áreas, não somente do Governo Estadual. Enfrentar essa operação, implantar e expandir e enfrentar toda a burocracia é complicado. Mas, quando vemos resultados e qualificação da equipe, é gratificante. Tem muito a ser feito, ainda, mas estamos alcançando essa segurança hídrica”.

Soavinski encerrou sua participação apontando dados relacionados à perda da água. “A média nacional da perda de águas é de 40%. Isto é, de toda a água captada e tratada, quando é a hora de distribuir, 40% se perde. Esse número é extremamente alto. Mas a média do Estado de Goiás em 2023 foi de 25%. Em Goiânia, essa média foi de 12.7%. Às vezes gera transtorno, quando tem um vazamento e nossa equipe precisa intervir. Mas essas intervenções são fundamentais para garantir a funcionalidade de todo o ecossistema e o equilíbrio ecológico”, finalizou.

Cultura regenerativa

A última a discursar foi a secretária do Meio Ambiente, Andrea Vulcanes. Ela iniciou sua fala agradecendo a deputada Rosângela e afirmou que desde a eleição da parlamentar para presidir a Comissão, a Alego esteve presente em todos os eventos relacionados ao meio ambiente. Ela também destacou a celeridade com que a pasta se debruçou na proteção do Cerrado e dos rios goianos. “Esses dias, um seguidor comentou em uma publicação de uma rede social que eu era a JK do cerrado, pois fizemos 50 anos em cinco”, mas acrescentou que o trabalho só foi possível graças ao trabalho coletivo da Semad.

A titular da pasta destacou, também, que a semana da água é o momento para evidenciar as entregas e resultados ao longo do ano. “Esse ano nosso tema aborda, também, sobre a resiliência climática. Mas quem precisa ser resiliente? Nesse momento, falar de água é falar de pessoas. O Estado precisa preparar a sociedade para enfrentar essas mudanças climáticas. Esse sistema de informação vem justamente para vislumbrar nosso contexto, pois os eventos climáticos extremos em Goiás giram em torno da água. Quando a gente faz essas entregas na semana da água é para dizer a população e aos gestores onde estamos, para onde vamos, qual o futuro nos espera e o que fazer para encarar esse futuro. Por isso é fundamental pensar numa cultura regenerativa”, encerrou.

(Matéria publicada pela Agência Assembleia de Notícias em 21/03/2024)

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